No caminho para casa me deparei com duas situações que me fizeram
pensar. A primeira uma pessoa perguntando para uma criança o que gostaria de
fazer quando crescer. E a outra um grupo de adolescentes conversando sobre o
vestibular e os cursos que gostariam de tentar. Me deparei com um longo
raciocínio dentro de mim, e comecei a colocar no papel tudo o que me vinha
cabeça, como se montasse um dialogo comigo mesma, ao terminar ficou assim:
"Quando
a gente é criança, sempre nos perguntam o queremos ser quando crescer. Dizemos
que queremos ser médicos, professores, artistas, veterinários e até astrônomos
ou simplesmente com a inocência que só uma criança possui, dizemos que queremos
ser grandes. Todos acham uma graça, mas quando a gente cresce e chega a hora de
decidir o que queremos para nossa vida, as pessoas não perguntam o queremos
ser, apenas perguntam o que vamos fazer da nossa vida. Quando se é criança,
respondemos o que queremos ser, o que em nosso pensamento nos deixaria
realizados, mas quando crescemos nos vemos obrigados a decidir o que vamos
fazer de nossas vidas, já não perguntam o que queremos, mas sim o que faremos.
Não sei se é possível afirmar aos 17 anos o que queremos fazer para o resto de
nossas vidas, não sei se saberemos dizer que aquilo que estamos escolhendo é o
que queremos fazer para nos sustentar e sustentar nossos filhos, netos, etc...
As dúvidas são grandes e a pressão para escolher é maior ainda. O que devemos
fazer quando a dúvida é entre o que realmente amamos fazer e o que precisamos
ou acham que precisamos fazer? Muitas vezes o dinheiro sempre fala mais alto, às
vezes queremos fazer uma coisa que gostamos, mas todos acham que não vale a
pena, que aquilo não dará dinheiro, que morreremos de fome ou que não tem
espaço para desempenhar aquele trabalho em determinado lugar. Então pensamos em
outras possibilidades, e talvez buscaremos pela segunda opção, aquela que pode
ter sido sugerida pelos pais, avós, amigos ou que simplesmente pensamos, mas
nos esquecemos que essa será sempre a segunda opção, pois se realmente quiséssemos
essa alternativa, ela seria a primeira opção e não a segunda. Então chegamos em
uma época da vida onde nos vemos entre duas portas, dois caminhos. De um lado
está tudo o que gostaríamos de ter, de fazer e do outro está tudo que acham que
é o melhor pra você. De um lado, você vê que fez tudo o queria e sente
realizado, mais pelo outro, você pode até estar estabilizado financeiramente
mas percebe que ainda falta alguma coisa, alguma coisa que você deixou passar,
que buscou toda a vida mais nunca encontrou. Dizem que o ser humano nunca está
satisfeito com o que tem, está sempre em busca de algo mais, e sempre continuam
buscando, será que se fizéssemos o que realmente nos faz feliz, o que gostamos
de fazer, sem pensar no dinheiro, ainda estaríamos nessa busca eterna pelo
desconhecido? O que será que o ser humano realmente está buscando e não está
encontrando? Vivemos em um mundo onde tudo é muito corrido e vivemos sob grande
pressão, sempre nos falta tempo para tudo, mas será que realmente está faltando
tempo ou será que nós estamos desperdiçando nosso tempo com algo que não nos
satisfaz? Não é raro escutar as pessoas dizendo que o ano ou semana estão
passando rápido, uma vez alguém me disse que não são os dias, meses ou anos que
estão passando rápido, somos nós que não estamos vendo eles passarem, estamos distraídos
com coisas que não nos permitem enxergar o que se passa diante de nossos próprios olhos.
As pessoas gostam de dizer o que devemos fazer, o que seria bom pra gente, mais
elas não são a gente, não sabem o que realmente queremos ou gostamos,
simplesmente acham, mas se esquecem que entre o que acham de nós e o que
realmente somos, existe uma grande ponte a ser percorrida. Nunca saberemos o
que o outro realmente é ou o que realmente gosta, para isso temos que
perguntar, conversar e buscar pela verdadeira resposta para uma das perguntas
que pode nos acompanhar durante toda a vida: O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO
CRESCER?"
Depois de tudo isso, é impossível não pensar em como seria se todos nós seguíssemos nossos sonhos. Será que seriamos mais realizados ou será que continuaríamos por essa busca incansável por algo a mais?
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